terça-feira, 23 de março de 2010

Por esta cruz te matarei

Este mês tive o privilégio de ler uma das obras mais emocionantes que já li nos últimos tempos. trata-se da biografia de Bruce Olson, "Por esta cruz te matarei".

O trabalho realizado por Bruce foi algo maravilhoso. Vai além de mero treinamento missiológico ou teológico. Trata-se de obediência e sensibilidade à voz e ao chamado de Deus.
Bruce, ou Bruchko (nome dado pela tribo Motilone), deixou tudo o que tinha para servir integralmente a este povo. Ele tinha convicção de sua vocação e do seu chamado. E, foi exatamente essa convicção, que o fez forte diante de tantas adversidades: doenças, fome, morte de sua noiva e a morte de seu melhor amigo Bobby.
Bruce, apesar de ter sido rejeitado pela Junta de Missões, por seus pais, amigos, “irmãos” e igreja, não desistiu. Ele estava tão convicto da Obra que Deus queria realizar através de sua vida que foi para uma terra distante a fim de falar de Jesus, o Salvador, e mostrá-lO conhecido aos Motilones. Bruce, literalmente, deixou pai e mãe para seguir Jesus. Abriu mão da sua faculdade e da sua herança, para entrar na faculdade de Jesus, sujeito a dinâmica de Deus e ter a herança do Pai.
Bruchko não só ensinou acerca de Jesus, mas também viveu o que pregava. E isso, fez com que os Motilones vissem Jesus em Bruchko e convertessem a Cristo. Vale ressaltar que, não só o povo Motilone foi tocado por Jesus, mas outras tribos próximas também. O próprio Jesus se revelou de forma estrondosa àquele povo.
Bruce teve uma estratégia de evangelismo muito sábia. Ele deixou todo etnocentrismo de lado e passou a conhecer, conviver e aprender com aquele povo a quem tanto amava. Aprendi com isso que, mais vale o relacionamento do que uma “mera” pregação. Precisamos ter TEMPO com as pessoas para conhecê-las melhor a fim de que elas nos dêem abertura para falar de algo tão importante que poderá mudar suas vidas para sempre!
É importante destacar que, antes de falar de Jesus, Bruchko aprendeu a língua, os costumes, valores, enfim a cultura dos Motilones. Ele foi capaz de entender a cosmovisão daquele povo e de transmitir o evangelho respeitando a cultura local. E isso conquistou o coração daquela tribo. Os Motilones viram que, de fato, aquele norte americano os amava e tinha o melhor para eles. Bruce não impôs uma nova cultura e nem novos costumes, ele apenas contextualizou-se e deixou que o próprio Espírito Santo os convencesse do que era certo ou errado em suas cosmovisões.
Outro ponto que me emocionou muito é o amor que Bruce tinha pelos Motilones, em especial por Bobby (seu irmão de pacto). Tal amor supera diferenças sociais, culturais e étnicas. Bobby tornou-se um líder influente e foi poderosamente usado por Deus para transformar a vida do povo Motilone. Seu testemunho deu-se em vida e também com a sua morte.
Bruchko, Bobby e todo o povo Motilone, entenderam o que de fato é seguir Jesus. Sabiam o que era “tomar a sua cruz”! Eles entenderam que seguir Jesus é participar dos seus próprios sofrimentos: lutas, choro e até morte. E, tudo isso por amor a Jesus e por amor as pessoas.
Confesso que nunca tinha lido um livro que me fez chorar e pensar tanto acerca do meu ministério. Entendo, hoje, que o sofrimento faz parte da vida cristã. Jesus mesmo nos alertou acerca disso: “(...) No mundo, passais por aflições; mas, tende bom ânimo; eu venci o mundo”. (Jo 16.33)
Aprendi que, quando entregamos a vida a Jesus, somos as pessoas mais felizes do mundo. Mas isso não nos isenta de passarmos por sofrimento. Afinal, aquele que quer seguir Jesus precisa carregar a Cruz: “(...) Se alguém quiser vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. (Mc 8.34).

Um comentário:

  1. Que benção amiga! Fui muito edificada! Que o Senhor não desista de nós e continue a nos ensinar a sermos mais parecidas com Jesus...

    “Abraão, esperando contra a esperança, creu...” Rm 4.18a

    Beijão, Keké

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